sexta-feira, 3 de abril de 2009

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“Homem, 23 anos, solteiro, estudante, procura mulher que goste de ser acordada de madrugada. Sem mais exigências”.

Só isso. Mais nada. Não peço amor, não peço carinho, tampouco verdade. Só quero poder pegar meu telefone e ligar para alguém às 3 horas da manhã e dizer que eu gosto muito e estou sentindo sua falta.

Dias atrás fiz isso com duas pessoas. Não sou bígamo ou algo do gênero. Tentarei ser claro e conciso. Estava pensando nas duas, liguei para as duas. E não vem ao caso para quem liguei primeiro. Pensava nas duas com a mesma intensidade.

-Oi... boa noite! Que você tá fazendo? – pergunto para ser cordial, temendo a resposta que cabe a tal pergunta.

-Estou dormindo.

Bastou para eu sentir que atrapalhei. Poxa, eu só queria dizer que me lembrei de você. Que sinto sua falta. Mas não disso isso nem aquilo. Senti em sua resposta o gosto amargo de acordar alguém de mau humor, que não liga para o que desperta no outro. Ela não sabe que eu gosto dela. Ou se sabe, não se importa com o gosto. Prefere acreditar que estou a fim de incomodar porque ela estuda na manhã seguinte e estagia a tarde toda, e eu ainda estou de férias.

-Oi... boa noite! Que você tá fazendo? – pergunto para ser cordial, temendo a mesma resposta que cabe a tal pergunta.

-Tu... tu... tu...

Ou a ligação caiu ou ela desligou. Como sempre, prefiro acreditar na boa índole das pessoas. A ligação caiu, foi isso.

Dois dias depois, uma mensagem no meu celular: “Seu maluco, akele dia eu acordei e quase n dormi +. Nem entendia se tava sonhando ou n. Fikei c sono o dia inteiro... Tava sem credito. Bjim, boa noite.

Continuo acreditando na boa índole das pessoas.

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