domingo, 25 de julho de 2010
Sobre o fim dos insetos interiores
O quarto
A vidraça não é mais aberta como em tempos de calor. Aqueles antigos tempos de insetos interiores. É frio. É úmido. A vista embaça nos olhares dos prédios ao lado. Sem pôr-do-sol, sem raios. Cenário de depressão. Cobertas, cama, travesseiro, com mente que constrói cena. Que mente. Que persegue mistérios. Sonhos não sonhados. Dias em que senti falta do toque de uma mão inteligente, de uma mente brilhando colorida enquanto me presenteia com um toque de cor nesse cenário preto-e-branco. Cenário de depressão.
A campainha
Ding-dong!
A sala
Eis a melhor parte de mim. A amizade sem limites, as conversas mais produtivas, os olhares mais lindos, a marquinha de nascença que está chegando ao fim. Sobre concordar e discordar, sobre querer proteger e querer matar (por orgulho). Abraços e invasões. Têm dias em que as noites são melhores, mas há noites que têm seus dias melhores. Não tenho mais mente que constrói cena. Verdade. Já não persegue mistérios. Sonhos são reais.
No fim, sei como tudo termina. A vida necessita de tempo. Quero confiar e ser confiado. E também quero outras coisas que, por agora, não vou lhe revelar exceto que quero tempo. Mais tempo com você. Mais tempo com a melhor parte de mim.
O quarto, a campainha, a sala... passei a limpo o tempo só pra ter certeza de que poderia sentir novamente. A melhor parte de mim, você é assim.
Re(am)paro
Seus ombros começaram ideais
secaram uma ou duas lágrimas
Mas as lágrimas aumentaram
mais e sempre
Mais lágrimas
Então eles já me eram pequenos
Pequenos e úmidos
Úmidos e salgados
E pequenos
Uma... duas... pare de contar!
lágrimas são incontáveis
são tristeza, choro, dor
Arde em ferida!
Eram os mesmos ombros
que agora me suportavam
em tentativas de reparo
Ombros grandes
grandes e secos
Secos e salgados
Sal de um suor que suava ao me amparar.
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